Líquido amniótico
Oligodramnia
Prevalência:
- 1 em 100 gestações < 24 semanas.
Diagnóstico Ultrassonográfico:
- Medida do maior bolsão vertical de líquido amniótico livre de partes fetais é < 2cm ou índice de líquido amniótico ( soma dos bolsões verticais dos 4 quadrantes) é < 5cm.
Anormalidades associadas:
- Existem basicamente 3 grandes causas para oligodramnia com < 24 semanas:
- Anormalidades do Trato Urinário: agenesia renal bilateral, rins multicísticos ou policísticos e obstrução uretral.
- Rotura prematura de membranas pré-termo: crescimento fetal, anatomia e Doppler normais com história materna de perda vaginal de líquido claro ou “tingido”de sangue.
- Insuficiência útero-placentária: Restrição de crescimento fetal com evidencia ao Doppler de resistência ao fluxo nas artérias uterinas e/ou umbilicais e redistribuição da circulação fetal.
Investigação:
- Ultrassonografia detalhada.
- Em casos de oligodramnia inexplicada, amnioinfusão pode ser útil por permitir exame detalhado do feto e em alguns casos demonstrar que a causa é rotura de membranas.
- Teste invasivo para cariótipo fetal deve ser realizado caso haja anormalidades fetais relevantes.
Seguimento:
- Ultrassom a cada 1-3 semanas para monitorar condição fetal e avaliar líquido. Em caso de rotura de membranas, avaliação de crescimento pulmonar pode ser útil na predição de hipoplasia.
- Amnioinfusão terapêutica não é útil.
- Em casos de insuficiência útero-placentária, avaliação do crescimento fetal, Doppler da artéria umbilical, ducto venoso e artéria cerebral média ajudam a decidir o o melhor momento para o parto.
Parto:
- Anormalidades de trato urinário: assistência obstétrica e parto de rotina.
- Rotura de membranas: conduta expectante e parto vaginal se apresentação cefálica.
- Insuficiência útero-placentária: cesariana ou parto vaginal dependendo da idade gestacional, tamanho do feto, grau de comprometimento defino pelo Doppler ou cardiotocografia.
Prognóstico:
- Depende da idade gestacional no momento do diagnóstico, causa e idade gestacional no parto. Em oligodramnia < 24 semanas, o prognóstico, em geral, é ruim.
- Agenesia renal bilateral, rins multicísticos ou policístico são anomalias letais, usualmente no período neonatal por hipoplasia pulmonar.
- Rotura prematura de membranas ≤ 20 semanas é associada a prognóstico reservado; cerca de 40% abortam nos primeiros 5 dias devido à corioamnionite e, das 60% restantes, mais de 50% dos neonatos morre devido à hipoplasia pulmonar.
- Insuficiência útero-placentária levando a oligodramnia ≤ 24 semanas é muito grave e o desfecho mais provável é a morte fetal intrauterina.
Recorrência:
- Anormalidades renais: agenesia ou multicística: 1-3%; policística infantil 25%.
- Rotura prematura de membranas: 10-25% mas pode ser reduzida com cerclagem e progesterona.
- Insuficiência placentária: 10%, mas pode ser reduzida com uso de aspirina (150mg/dia) a partir de 12 semanas.